quarta-feira, 30 de novembro de 2011

ESCLARECIMENTOS SOBRE O CULTO AOS SANTOS



ESCLARECIMENTOS SOBRE O CULTO AOS SANTOS
Infelizmente, nós católicos, muitas vezes somos acusados de adoradores de imagens pelos nossos irmãos das religiões protestantes e muitos católicos, por desconhecerem a doutrina da própria religião, acabam se convencendo destas acusações e mudam para outras religiões sem entenderem o verdadeiro significado e a beleza do nosso culto aos santos. Quero aproveitar a oportunidade para esclarecer os cristãos católicos sobre a devoção ao santos. Não se trata, portanto, de polemizar com nenhuma outra religião, mas o objetivo é apenas esclarecer os que comungam a fé católica. A acusação mais forte que nos fazem é que nós católicos adoramos os santos. Aqui cabe o primeiro esclarecimento: devemos distinguir o termo adorar do termo venerar. O termo adorar (dicionário aurélio) significa idolatrar, amar extremamente, gostar muitíssimo, ter predileção, colocar em primeiro lugar. Neste sentido, o cristão católico, como qualquer outro cristão, adora somente a Deus. Nenhum santo, por mais importante que seja, ocupa o lugar de Deus no seu coração. O cristão católico, como qualquer outro que professa a fé cristã, “ama a Deus sobre todas as coisas”. O termo venerar (dicionário aurélio) significa ter um grande respeito ou admirar alguém por causa de suas virtudes. Neste sentido, o cristão católico venera ou admira os santos porque eles conseguiram, mesmo com suas limitações e fragilidades, colocar em primeiro lugar a vontade de Deus. Os santos não ocupam o primeiro lugar no coração dos cristãos católicos. Eles são admirados na medida em que apontam para Deus e são modelos de fidelidade ao Seu projeto. Existe inclusive na teologia católica a distinção entre o culto de latria, dulia e hiperdulia: o culto de latria é o culto de adoração, reservado somente a Deus e o culto de dulia é o de veneração, reservado somente aos santos (dulia) ou a Nossa Senhora (hiperdulia).A segunda acusão que nos fazem é que os católicos adoram imagens e que estas são proibidas pela Bíblia. Aqui cabe um segundo esclarecimento: é bem verdade que em certos textos bíblicos do Antigo Testamento, Deus proíbe o povo de fazer e cultuar as imagens. Mas por que? Porque em certos momentos da história, o povo estava confundindo a imagem com o próprio Deus, adorando-as como se fossem divindades. Neste sentido, Deus tem toda razão de proibir a fabricação e o culto às imagens. O exemplo mais forte que temos é o do bezerro de ouro: revoltados contra Deus, o povo de Israel fez uma imagem de um bezerro de ouro e começou a adorá-la. Isso O desagradou muito (Ex 32, 1-10). Existem outros textos ainda em que Deus proíbe fazer imagens, porque existia entre o povo de Israel uma tendência à idolatria de imagens, como se fossem o Deus vivo e verdadeiro (Ex 20, 4-5; Dt 5,8-9; Is 40, 18; 44, 9-20; Jr 10.1-16). Por outro lado, também na Bíblia encontramos textos em que o próprio Deus aconselha a fabricação de imagens. Isso porque, naquele contexto, Deus sabia que o povo não iria confundir a imagem com Ele e, consequentemente, não cairia na idolatria. Exemplo evidente é o da serpente de bronze (Nm 21,8). Existe ainda outro texto em que Deus pede que sejam construídas duas imagens de anjos para serem colocados nas extremidades da arca aliança (Ex 25,18). Anjo também não é imagem? Por que Deus pede que os construa? Porque Ele sabe que naquele contexto o povo de Israel não iria confundir os anjos com Ele. Conclusão: o problema não está em possuir imagens (que são apenas retratos de alguma pessoa boa que fez a vontade de Deus), mas no modo como as tratamos. Se algum católico começar a pensar que a imagem de um santo é maior do que Deus, ele deve ser purificado de sua fé. Mas isso não acontece: todos os católicos sabem que as imagens dos santos são apenas retratos de madeira, gesso ou pedra de alguém que fez a vontade de Deus, por isso, é digno de ser admirado e imitado.. Afinal, quem são os santos para os cristãos católicos? Aqui cabe um terceiro esclarecimento: os santos são apenas pessoas que passaram por este mundo, procurando fazer a vontade de Jesus Cristo. Pessoas que servem como modelo a ser imitado e, por acreditarmos que estão bem perto de Deus, se tornam nossas intercessoras junto de Deus. Quem dá a graça é Deus, não os santos. Eles apenas são nossos intercessores. Não devemos ter vergonha ou medo de venerarmos os nossos santos. Este é um costume católico sadio que, se bem vivenciado, pode nos aproximar ainda mais de Deus.

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